Canetas nacionais para obesidade e diabetes chegam às farmácias na próxima semana
Produzidas pela EMS, Olire e Lirux são as primeiras versões brasileiras com liraglutida e prometem preços mais acessíveis.

A partir da próxima segunda-feira, 4 de agosto, chegam às farmácias brasileiras as primeiras canetas injetáveis de produção 100% nacional para o tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, 1º, pela farmacêutica EMS, que desenvolveu os produtos Olire e Lirux com base na substância liraglutida.
O lançamento marca um avanço importante na produção farmacêutica brasileira, sendo possível graças à queda da patente dos medicamentos de referência Saxenda e Victoza, da dinamarquesa Novo Nordisk, até então os únicos disponíveis no mercado nacional com o mesmo princípio ativo.
A liraglutida é um análogo do hormônio GLP-1 e atua retardando o esvaziamento gástrico, promovendo saciedade, reduzindo o apetite e contribuindo para o controle da glicose no sangue. Segundo estudos clínicos, o uso contínuo da substância pode gerar uma perda de peso média entre 4 e 6 quilos, além de reduzir riscos cardiovasculares.
Produtos e preços
Dois medicamentos estão sendo lançados pela EMS:
- Olire (3 mg/dia): indicado para o controle da obesidade
- Lirux (1,8 mg/dia): voltado ao tratamento do diabetes tipo 2
Ao contrário de outras substâncias como semaglutida e tirzepatida, que têm uso semanal, a liraglutida exige aplicação diária.
Os preços sugeridos são:
- R$ 307,26 – embalagem com 1 caneta
- R$ 507,07 – Lirux com 2 canetas
- R$ 760,61 – Olire com 3 canetas
Clientes cadastrados no programa de descontos da EMS terão 10% de abatimento nos valores. Apesar da expectativa inicial de preços 10% a 20% mais baixos que os dos concorrentes, atualmente Saxenda e Victoza têm sido encontrados com descontos que igualam os preços dos novos produtos, segundo levantamento feito pelo Estadão.
Distribuição e produção nacional
Inicialmente, as canetas estarão disponíveis nas redes Raia, Drogasil, Drogaria São Paulo e Pacheco, em sites e lojas físicas localizadas nas regiões Sul e Sudeste. A distribuição deve se expandir gradualmente para todo o Brasil. Até o fim de 2025, cerca de 250 mil unidades devem estar no varejo.
A EMS investiu mais de R$ 1 bilhão para implantar a primeira fábrica de peptídeos do país, localizada em Hortolândia (SP). A planta tem capacidade inicial para produzir 20 milhões de canetas por ano, podendo dobrar essa produção.
A empresa já mira o próximo passo: a fabricação da semaglutida – princípio ativo do Ozempic e Wegovy – prevista para começar em 2026, quando expira a patente da molécula no Brasil.
Liraglutida x Semaglutida: qual a diferença?
Ambas são análogos do GLP-1 e compartilham mecanismos de ação semelhantes, mas apresentam diferenças importantes:
- Frequência de uso: liraglutida é de uso diário; semaglutida, semanal.
- Perda de peso: liraglutida promove redução de peso de 5% a 10%; semaglutida pode alcançar de 15% a 17%.
- Regulação do apetite: a semaglutida mostrou maior efeito na redução de desejos alimentares.
A chegada dos medicamentos nacionais representa uma nova opção para pacientes e profissionais da saúde, com a promessa de ampliar o acesso a tratamentos eficazes para duas das condições crônicas mais prevalentes no Brasil.
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